quarta-feira, 21 de abril de 2010

O abandono da saúde no Brasil



A saúde no Brasil nunca sofreu tamanho descaso como sofre hoje, sempre em segundo plano se mantendo das sobras do orçamento público. Não se torna difícil comprovar essas alegações, basta ligar a televisão para contemplar as imagens, de alguma filmagem amadora, que nos alerta acerca do péssimo atendimento hospitalar e a inadvertência dos profissionais da área da saúde.
A Constituição Federal no artigo 196 dispõe que “a saúde é um direito de todos os cidadãos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução dos riscos de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. No entanto, a necessidade de mover o judiciário para alcançar esse direito, demonstra o descumprimento desses termos que, por estarem na Lei Magna, deveriam ser cumpridos a qualquer custo.
As pessoas morrem dentro dos hospitais por não receberem o mínimo da atenção necessária para um resolutivo tratamento. Buscam receber um atendimento correspondente com suas necessidades, um amparo dos profissionais da saúde (no intuito de sentirem-se protegidas e cuidadas), mas acabam encontrando, uma desordem, superlotação, e por consequência o não atendimento adequado, ficando à mercê da morte.
Indignante ainda, é perceber a quantidade de dinheiro que o governo possui. Empresta para outros países, investe em infra-estrutura para olimpíadas, desvia verba pública sem precisar devolver na maioria das vezes, e de outro lado, os hospitais largados ao caos, pessoas de bem que pagam seus impostos, morrendo nas filas dos hospitais.
A saúde é sempre colocada em segundo plano, sofre por ser dado a ela menos importância do que é merecido. Para fazer-se prova, basta parar em frente a um hospital e notar a revolta das pessoas em face da dificuldade em conseguir um adequado atendimento, enfrentando fila, ficando horas aguardando.
A falta de investimento em infra-estrutura hospitalar, causa revolta aos familiares, que veem seus entes queridos em situação de péssimas condições, em corredores de hospitais, sendo atendidos em macas e cadeiras, sem o mínimo de dignidade. Essa é a realidade causada pela gravidade da falta de atenção à saúde por conta dos governantes.
A carência de profissionais qualificados juntamente com a falta de investimentos em novos hospitais e ampliação dos já existentes, faz com que se deprecie o atendimento, e não possibilite o acesso de todos os enfermos para o tratamento que necessitam.
A vida é única, e é protegida de todas as formas possíveis pelo ordenamento jurídico. O sistema de saúde, precisa urgentemente de investimentos, da mudança da mentalidade dos governantes para darem o devido valor para a saúde no Brasil.
Podemos afirmar que vivemos hoje, uma crise da saúde, violamos a dignidade da pessoa humana, esquecemos o direito à vida e estamos em uma sociedade, onde quem pode paga um plano de saúde, quem não pode, tenta sobreviver nessa situação.
No país em que vivemos, somos privilegiados, pois existe um sistema de saúde cujo seu acesso é direito de todos. Entretanto, por mais que ele exista, não consegue dar conta da demanda de atendimentos, fornecimento de medicamentos, infra-estrutura hospitalar, número de profissionais qualificados, requerendo de forma urgente melhorias e uma atenção governamental adequada, para garantir com isso, além do simples acesso de todos, a resolução e tratamento digno, que deve ser garantidos por direito.

Artigo escrito por:

Sandra Semprebom Kronbauer- Enfermeira. Pós graduanda em Enfermagem em Terapia Intensiva pela Unisinos. Graduada em Enfermagem pela UNIJUI. E-mail: sandrakronbauer@yahoo.com.br.

Pablo Juarez Viera Czyzeski - Advogado. Pós graduando em Direito Civil e Direito Processual Civil pela Verbo Jurídico. Juiz Arbitral da 8ª Camara do Tribunal de Arbitragem do Rio de Janeiro. E-mail: pabloczyzeski@yahoo.com.br.

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